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Eventos extremos, como secas prolongadas e enchentes intensas, têm se tornado mais frequentes, o que agrava a situação do abastecimento de água em várias regiões do Brasil e em todo o mundo. Isso traz à tona um assunto muito importante: a segurança hídrica.

A segurança hídrica se refere à capacidade de garantir o acesso à água potável de forma sustentável, equilibrando o uso dos recursos hídricos e a proteção dos ecossistemas.

No blog de hoje, iremos falar sobre os desafios e a importância da segurança hídrica em um cenário de mudanças climáticas.

Segurança Hídrica: Desafios Atuais

Apesar dos esforços globais, estamos avançando lentamente na garantia de água segura para todos. Até 2030, a demanda por água doce pode ser 40% maior do que a oferta, e cerca de 1,6 bilhão de pessoas podem não ter acesso à água potável gerida de forma segura.

Atualmente, 4 bilhões de pessoas vivem em regiões com escassez de água, e uma em cada quatro cidades enfrenta problemas de segurança hídrica. Nesse contexto, o crescimento populacional exige mais água para produzir alimentos, energia e para o abastecimento urbano. 

Dessa forma, entende-se que a segurança hídrica está atrelada a vários desafios, como: 

  • Mudanças Climáticas: o aumento da temperatura global e as alterações nos padrões de precipitação afetam a disponibilidade de água. Secas severas e inundações podem comprometer a qualidade e a quantidade de água disponível;
  • Crescimento Populacional: a demanda por água potável aumenta com o crescimento populacional, especialmente em áreas urbanas, onde o acesso à água pode se tornar um problema crítico;
  • Poluição das Águas: estima-se que 80% dos esgotos sejam despejados sem tratamento, contaminando os recursos hídricos. Atividades industriais, agrícolas e urbanas contribuem para a contaminação dos corpos hídricos, reduzindo a qualidade da água e tornando-a insegura para o consumo;
  • Gestão Inadequada dos Recursos: a falta de políticas públicas eficazes e a gestão ineficiente dos recursos hídricos podem levar à degradação dos ecossistemas aquáticos e à escassez de água.

Importância da Segurança Hídrica em Cenário de Mudanças Climáticas

A segurança hídrica é fundamental para o desenvolvimento sustentável de um país e para a qualidade de vida da população. Por isso, a segurança hídrica e o clima estão diretamente conectados.

As mudanças climáticas podem alterar a quantidade e a distribuição de chuvas, o que pode levar a eventos extremos. Esses fenômenos afetam a quantidade de água disponível, colocando em risco o abastecimento para a população e diferentes setores. 

Veja a seguir alguns pontos importantes que o investimento em segurança hídrica pode evitar:

  • Prevenir Conflitos e Desastres: reduzir conflitos entre diferentes setores que dependem desse recurso, além de minimizar os impactos econômicos e sociais causados por desastres naturais;
  • Falta de Água Potável: Garantir que a água de boa qualidade esteja disponível mesmo em situações de seca prolongada;
  • Perdas Econômicas: Prevenir prejuízos econômicos nas atividades agrícolas, industriais e turísticas causados pela falta de água ou pela má qualidade dela;
  • Degradação dos Ecossistemas: Proteger ecossistemas que dependem da água, como rios, lagos e áreas úmidas, evitando a perda de biodiversidade;
  • Problemas de Saúde Pública: Reduzir a propagação de doenças associadas à água contaminada ou escassa, como doenças gastrointestinais e infecciosas.

Práticas para Garantir Segurança Hídrica

1. Ampliar a Coleta e o Tratamento de Esgoto

Para assegurar a segurança hídrica, é fundamental que todos tenham acesso a serviços de esgoto. Segundo o Instituto Trata Brasil, apenas 52,36% da população conta com coleta de esgoto, o que deixa quase 100 milhões de brasileiros sem esse serviço. Além disso, apenas 46% do esgoto é tratado no país.

Isso resulta em muitos rios, como o Pinheiros e o Tietê, recebendo esgoto sem tratamento, tornando-se “mortos”, com vida aquática praticamente inexistente. Por exemplo, 80% da água do Rio Pinheiros é esgoto. 

Para mudar essa situação, é essencial que o governo invista em saneamento básico e que a população faça sua parte, evitando poluir e descartando o lixo de maneira correta.

2. Não Jogar Lixo nas Ruas

Quando o descarte de resíduos não é feito corretamente, muito do lixo acaba nos rios e mares. O chorume gerado pela decomposição do lixo pode contaminar fontes de água. Por isso, é importante que as pessoas mudem seus hábitos, como não jogar lixo nas ruas, separar os resíduos e reciclar para evitar a poluição.

3. Consumir Água de Forma Consciente

Em períodos de crise hídrica, as prefeituras costumam racionar água, mas é essencial economizar sempre. O consumo consciente deve ser parte do nosso dia a dia. Práticas, como coletar água da chuva para regar plantas e evitar banhos longos, são exemplos de como podemos reduzir o desperdício. 

Além disso, ensinar às crianças sobre a importância do uso responsável da água pode ajudar a criar uma cultura de economia para um futuro ainda mais sustentável.

4. Investir em Novas Tecnologias

Tecnologias, como Big Data e Internet das Coisas, permitem que as empresas de abastecimento monitorem a qualidade da água e sua distribuição de forma mais eficaz. Dessa forma, investir nessas tecnologias é importante para garantir um abastecimento de água seguro e suficiente para a população.

Plano Nacional de Segurança Hídrica no Brasil

Em 2019, no Brasil, a Agência Nacional de Águas (ANA), em parceria com o Ministério de Desenvolvimento Regional, lançou o Plano Nacional de Segurança Hídrica. Este plano visa transformar a segurança hídrica em uma realidade no país, prevenindo secas e cheias, e assegurando o equilíbrio do sistema hídrico.

De acordo com a ANA, até 2030, a demanda por água no Brasil pode aumentar em até 200%. Para mitigar crises hídricas e enchentes, o Plano Nacional de Segurança Hídrica propõe uma série de medidas a serem implementadas até 2035, organizadas em três categorias: 

  • estudos;
  • projetos;
  • obras e institucional. 

Dessa forma, cada região do Brasil conta com iniciativas específicas, adaptadas às suas necessidades e características locais. Um exemplo dessas iniciativas é o aumento da fiscalização na construção de barragens, com o objetivo de prevenir acidentes socioambientais, como o rompimento da barragem em Brumadinho-MG (2019). 

KL Engenharia e Obra da Adutora TransParaíba – Ramal Curimataú

Quando o assunto é Infraestrutura Hídrica, a KL Engenharia se destaca, atualmente, atuando no Gerenciamento e Supervisão do projeto da Adutora TransParaíba – Ramal Curimataú.

Esse projeto corresponde ao Segmento II da TransParaíba, obra que vai integrar a Transposição do Rio São Francisco à região mais seca da Paraíba, sendo financiado pelo Banco Mundial.

Idealizado pelo Governo do Estado da Paraíba, a obra consiste na implantação de mais de 186 km de adutora, com diâmetro variando entre 150 mm a 600 mm, e uma estação de tratamento, saindo do Açude Epitácio Pessoa (Boqueirão), com capacidade de tratar mais de 578 litros por segundo, beneficiando aproximadamente 100 mil habitantes, que terão água de qualidade nas torneiras.

No Projeto TransParaíba, serão investidos no total R$ 285 milhões, dos quais R$ 151,6 milhões são referentes à primeira etapa do projeto. 

Mas o que isso tem a ver com segurança hídrica? Tudo!

Essa obra é uma resposta concreta aos desafios das mudanças climáticas no Nordeste, assegurando que, mesmo em épocas de seca intensa, as populações dessa região tenham acesso à água necessária para suas necessidades básicas.

Portanto, projetos como esses são exemplos claros de como investimentos estratégicos em infraestrutura e planejamento de longo prazo podem garantir a segurança hídrica, fortalecendo a capacidade das comunidades de enfrentar os efeitos das mudanças climáticas e a falta de água potável.

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